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quinta-feira, 31 de outubro de 2013

Brasil deveria aprender com a China o valor do sistema baseado no mérito


O mérito é o que conta - A China testa com rigor seus estudantes e premia com alvoroço os melhoresA obsessão dos chineses pelo estudo é o primeiro dado para entender a notícia,  que abalou profundamente toda a compreensão da educação no mundo: Xangai, província chinesa, tinha tirado o primeiro lugar em todas as áreas aferidas (matemática, ciências e leitura) no mais importante e respeitado teste internacional de qualidade educacional, chamado Pisa. O teste, realizado a cada três anos pela OCDE (o clube dos países desenvolvidos), mede o conhecimento de jovens de 15 anos de idade. Começou a ser realizado no ano 2000 em 32 países (entre eles o Brasil, que ficou em último lugar) e, na edição de 2009, contou com 65 participantes (ficamos novamente na rabeira: entre a 53ª e a 57ª posições). Em suas edições anteriores, o topo do ranking era ocupado pelos suspeitos de sempre: Finlândia, Coreia do Sul, Japão, Canadá. O teste confirmava a crença de que renda e qualidade educacional estão intimamente associadas: só os países mais ricos do mundo conseguiriam produzir sistemas top de educação. Mesmo no teste de 2009, países de nível de desenvolvimento semelhante ao chinês ficaram muito atrás dos países ricos: na área de leitura, o foco da edição de 2009, a Turquia ficou em 41º lugar, a Rússia em 43º, o México em 48º e o Brasil em 53º. Xangai ficou em primeiro lugar, com uma dianteira considerável sobre todos os países desenvolvidos, em todas as áreas avaliadas. 



O EXEMPLO ASIÁTICO - A China mostra que a ideia de que não pode haver educação de alto nível em cenário de pobreza é balela. No último Pisa, a província chinesa de Xangai, que tem nível de renda per capita muito parecido com o brasileiro, deu um showO EXEMPLO ASIÁTICO - A China mostra que a ideia de que não pode haver educação de alto nível em cenário de pobreza é balela. No último Pisa, a província chinesa de Xangai, que tem nível de renda per capita muito parecido com o brasileiro, deu um show (Philippe Lopez/AFP)






Xangai é uma província e não um país, como a maioria dos outros participantes do teste. É uma província mais rica (com renda igual a duas vezes e meia a média chinesa). Mesmo com essas ressalvas, o feito é incrível. A renda média de Xangai é igual à brasileira. Ainda que Xangai seja um pequeno pedaço da China (tem um sétimo da área do estado do Rio), com população de 19,2 milhões de pessoas, a província é maior do que 42 dos 65 países participantes do Pisa. É uma região bastante complexa: 11% de seus habitantes vivem na zona rural e 54% dos alunos das primeiras cinco séries são filhos de residentes que vieram de outras províncias para trabalhar em Xangai. O governo dá as condições e as famílias cuidam de aproveitá-las da melhor maneira.

Apesar da renda módica dos pais, eles é que pagam as escolas de reforço dos filhos, e também seus estudos. Na China, só os níveis compulsórios de ensino — do primeiro ao nono ano — são gratuitos. Os três anos de ensino médio são pagos, até nas escolas públicas. Mesmo nos níveis gratuitos, os pais pagam o uniforme, o transporte e a alimentação. O estado dá apenas os livros. Quando os filhos tiram uma nota 9 ou 10, eles dizem: “Bom, mas precisa manter o mesmo nível”. 


Eficiência e simplicidade  - Estudantes se exercitam em uma escola de Pequim e, abaixo, a sala de aula típica, sob a bandeira nacional, sem apetrechos tecnológicos, mas com professor que se formou em boa universidade, onde aprendeu a dar aulas e assimilou a disciplina que ensina a seus alunos
Eficiência e simplicidade Estudantes se exercitam em uma escola de Pequim e, ao lado, a sala de aula típica, sob a bandeira nacional, sem apetrechos tecnológicos, mas com professor que se formou em boa universidade, onde aprendeu a dar aulas e assimilou a disciplina que ensina a seus alunos 




O centro do mundo  - Vice-presidente da Universidade Xangai Jiao Tong, o professor 
Fei Xu tem poucas dúvidas sobre 
as potencialidades da China: 
“O centro científico do mundo foi a Inglaterra, depois a Alemanha, 
hoje são os Estados Unidos. Quando a China se tornar a primeira economia do mundo, em dez anos, as universidades e o mundo científico chineses também deverão conquistar essa posição de liderança. Não temos ainda Nobel dado a um pesquisador chinês, mas, quando tivermos um, 
será o primeiro de muitos”. O estado não fica esperando isso acontecer: está agressivamente repatriando cientistas chineses que hoje 
trabalham no exteriorO centro do mundo  Vice-presidente da Universidade Xangai Jiao Tong, o professor 
Fei Xu tem poucas dúvidas sobre 
as potencialidades da China: 
“O centro científico do mundo foi a Inglaterra, depois a Alemanha, 
hoje são os Estados Unidos. Quando a China se tornar a primeira economia do mundo, em dez anos, as universidades e o mundo científico chineses também deverão conquistar essa posição de liderança. Não temos ainda Nobel dado a um pesquisador chinês, mas, quando tivermos um, 
será o primeiro de muitos”. O estado não fica esperando isso acontecer: está agressivamente repatriando cientistas chineses que hoje 
trabalham no exterior



Os inventores da meritocracia - Na China imperial, os cargos na burocracia já eram preenchidos de acordo com os resultados de exames acadêmicos. Aqueles que obtinham as maiores pontuações eram guindados às carreiras mais prestigiosas. Até hoje é assim: um exame determina a escola que o aluno cursará. Ao final dela, outro exame, o Gao Kao, determina a universidade à qual terá acesso. A estudante Keija Yang passou por toda essa peneira para chegar à Universidade Tsinghua, uma das melhores do país. A meritocracia é um conceito arraigado na China. Ela é o caminho dos mais humildes para a ascensão social. É assim desde os tempos dos mandarins, a partir do ano 605
Os inventores da meritocracia 
Na China imperial, os cargos na burocracia já eram preenchidos de acordo com os resultados de exames acadêmicos. Aqueles que obtinham as maiores pontuações eram guindados às carreiras mais prestigiosas. Até hoje é assim: um exame determina a escola que o aluno cursará. Ao final dela, outro exame, o Gao Kao, determina a universidade à qual terá acesso. A estudante Keija Yang passou por toda essa peneira para chegar à Universidade Tsinghua, uma das melhores do país. A meritocracia é um conceito arraigado na China. Ela é o caminho dos mais humildes para a ascensão social. É assim desde os tempos dos mandarins, a partir do ano 605

A escola de pequim  - Cuja diretora nunca faltou em 32 anos de trabalho A escola de Pequim  
Cuja diretora nunca faltou em 32 anos de trabalho 




Fonte: Tarja do Tema em Foco Educação na China Revista Veja

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