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quinta-feira, 29 de agosto de 2013

Brasil e China encontram-se na encruzilhada da Globalização.

O Brasil busca mudar o seu padrão de crescimento com menor dependência no consumo interno e maior ênfase em investimentos. A China está crescendo menos, mas talvez melhor. Tem se reorientado para a produção de bens de maior valor agregado, mais incentivos ao mercado interno e portanto menor dependência nas exportações.
A China tem adotado desde 1978 um modelo de industrialização voltado a exportações. O Brasil tem praticado diferentes variantes da estratégia de substituição de importações. Os chineses buscaram acordos comerciais (inicialmente na forma de tratamento de sua economia como “nação mais favorecida. Implementaram desde os anos 80 PPPs (parcerias público-privadas) voltadas à infra-estrutura para o comércio exterior e administraram para baixo o câmbio e a remuneração dos fatores (o valor pago pela mão-de-obra, por exemplo). Já o Brasil recorre frequentemente ao protecionismo, alento ao mercado interno e incentivo em compras governamentais ao conteúdo local.
O Brasil está entrando numa fase de “Reglobalização” marcada não apenas pelo novo status da China como superpotência econômica, mas também pela “reemergência” dos Estados Unidos e seu papel de liderança no desenho de megaespaços de comércio e investimentos, como é o caso da Aliança Transatlântica (EUA + Europa) ou da Parceria Transpacífico (EUA + alguns países de Ásia, Oceania e América Latina). Parece-me que a China está mais bem preparada para jogo que vem por aí do que o Brasil, e isso vai refletir-se na progressão da renda per capita de ambos.
A China tem acelerado sua adaptação criativa e, mediante exuberantes superávits comerciais e sucessivos excedentes orientados estrategicamente à pesquisa, desenvolvimento e inovação, está aproximando-se do centro denso em tecnologias. Já lidera o mundo em energia solar, por exemplo. Em 2020, chegará à marca de 2,5% de seu PIB voltados à inovação, superior portanto à media de 2,1% dos países da OCDE. O Brasil continua no patamar de apenas 1% de seu PIB em pesquisa, desenvolvimento e inovação.
Caso o Brasil não promova reformas estruturantes, sacrifícios em direção à competitividade e reforma de sua inserção global, essa “China 2.0” vai imobilizar ainda mais o Brasil na chamada “Armadilha da Renda Média”. O Brasil vai ficando muito caro para competir com os mais pobre e muito ineficiente para competir com os mais avançados e dinâmicos.

Fonte: Exame.com - entrevista de Marcos Troyjo

3 comentários:

  1. participei no seminário sobre reindustrialização do Brasil. Gostei muito das apresentações e segue link que mostra levantamento atual situação mundial e os desafios do BRASIL
    Sokan

    http://www.fiesp.com.br/wp-content/uploads/2013/08/Semin%C3%A1rio-Reindustrializa%C3%A7%C3%A3o-do-Brasil-apresenta%C3%A7%C3%A3o-Jose-Ricardo-Roriz-Coelho-DECOMTEC-FIESP1.pdf

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  2. O Brasil precisa aprender com a China!

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    Respostas
    1. Concordamos com você, o Gigante Asiático, tem muito para ensinar ao Brasil, temos várias notícias no Blog que confirma a referida citação.
      gratos, Chinatur

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