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segunda-feira, 1 de dezembro de 2014

Na China moderna, os Naxis tentam manter suas tradições


O milho exposto para secar lembra hábitos Naxis do passado. Ao fundo, o pico nevado Jade Dragon Snow, sagrado para os Naxis (Foto: Giselle Paulino)
O milho exposto para secar lembra hábitos Naxis do passado.
Ao fundo, o pico nevado Jade Dragon Snow, sagrado para os Naxis
Escondido nos confins do leste Asiático, nos pés dos Himalaias, onde Tibete, China e sudeste da Ásia fazem fronteira, vive uma das minorias étnicas mais instigantes da região, os Naxis. É um povo que, devido à dificuldade de acesso à região, ficou completamente isolado do mundo moderno até meados do século XX.
Embora suas origens sejam imprecisas, acredita-se que os Naxis sejam descendentes de uma etnia nômade que habitava o platô tibetano no passado. Ao lado da minoria Bai e dos tibetanos, os Naxis foram grandes comerciantes que circulavam por perigosas rotas que iam à Lhasa, no Tibete, e à Índia.
Embora a Revolução Cultural  tenha destruído quase toda sua história, boa parte dos 250 mil Naxis ainda existentes vive na província de Yunnan, no sul da China. Lijiang foi uma das principais cidades Naxis e hoje atrai visitantes que querem conhecer essa cultura.
Moradores de Lijiang ainda lavam roupas e verduras nos poços d’água espalhados pelas cidades, como faziam os Naxis. Na foto, o moinho de água na entrada da cidade é uma grande atração (Foto: Giselle Paulino)
Moradores de Lijiang ainda lavam roupas e verduras nos poços d’água espalhados
pelas cidades, como faziam os Naxis.
Na foto, o moinho de água na entrada da cidade é uma grande atração

Um
aspecto encantador dos Naxis é que, em sua mitologia, o ser humano e a natureza são meio-irmãos, filhos de uma mesma mãe, mas de pais diferentes. Por isso, os Naxis levam a sério a ideia de que é preciso viverem harmonia com o mundo natural, representado pela figura de uma serpente com cabeça de sapo chamada Shu.
Os Naxis reconhecem que, em suas atividades diárias, como a caça, a pesca ou a extração de madeira,o homem retira a riqueza de Shu. Como gratidão, os Naxis dedicam inúmeras cerimônias religiosas à divindade e, em seus festivais, relembram que o homem deve controlar seu apetite para não extrair do meio ambiente mais do que ele poderia devolver.  
Lijiangconserva sua arquitetura do passado. O Parque do Lago do Dragão Negro é passeio obrigatório para ver a arquitetura e a beleza dos parques chineses (Foto: Giselle Paulino)
Lijiang conserva sua arquitetura do passado.
O Parque do Lago do Dragão Negro é passeio obrigatório para
ver a arquitetura e a beleza dos parques chineses 
Mesmo se muito procurada por visitantes, Lijiang aindamantém o encanto de uma antiga cidade chinesa. O cenário é mais pitoresco nos dias ensolarados, quando a montanha Jade Dragon Snow, sagrada para os Naxis,é vista de qualquer ponto da cidade. Os Naxis acreditam que, no topo da montanha, havia um portal imaginário com acesso ao paraíso. 
Entre outras lendas e mistérios, a montanha Jade DragonSnow abriga ervas medicinais raríssimas utilizadas no tratamento de inúmeras doenças.  Essas plantas foram descobertas por Dr. Ho, um herbalista Naxi de cerca de 100 anos de idade que vive na pequena Baisha, a 20 km de Lijiang. Em sua casinha de madeira repleta de ervas, Dr. Ho parece um personagem de conto chinês. Famoso por curar pessoas do mundo todo, o médico é capaz de se comunicar em seis idiomas. 
Dr. Ho, oherbalista Naxi de 100 anos de idade, adora ser fotografado no pátio de sua casa (Foto: Giselle Paulino)Usando a técnica chinesa de medir o pulso, ele sabe exatamente o que acontece em todos os órgãos do corpo de uma pessoa. Em seguida, indicauma receita que nunca falha.
“Ter uma vida pacata, comer de forma simples,sem muita carne, tomar chá de erva uma vez por dia e fazer o que gosta: esta é a melhor receita para uma vida saudável”, afirma Dr. Ho. Ao me despedir, ele insiste: “Volte em dez anos para me fotografar novamente. Estarei aqui!”

A Chinatur tem roteiros pelos Trem das Nunves que te leva até o Tibet, acesse o site:
Fim de Ano na China
Fonte: Revista Época

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