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terça-feira, 17 de janeiro de 2017

China deverá reforçar confiança no futuro da economia mundial

OPINIÃO:
Com a atual situação econômica e política mundial, toldada pela incerteza, muitos especialistas colocam a sua atenção no gigante asiático, numa altura em que a economia deste país se encontra num patamar de desempenho sem precedentes, intimamente interligada com o resto do globo.
Fui destacado para Beijing em 1990, como chefe representativo do Banco Mundial, o que me deu a oportunidade de compreender  melhor a China.
Durante esta experiência, pude testemunhar em primeira mão o espírito da reforma de abertura permear cada recanto da China.
Durante a minha vida trabalhei em muitos países em desenvolvimento. Porém, a experiência na China se revelou a mais singular.
A determinação em avançar; a forma resoluta com que o povo trabalha; o espírito de audácia para agir; a ânsia de aprender as técnicas mais avançadas em voga no cenário internacional a fim de promover o desenvolvimento nacional; o alcance da modernização econômica por via da experiência adquirida com a prática — todos estes fatores não deixam ninguém indiferente.
Como tal, o desenvolvimento alcançado pelo país nos últimos 30 anos tem atraído a atenção de todo mundo.
Resultado de imagem para chefe do Banco Mundial na China.A pobreza extrema foi amplamente erradicada; o setor de habitação, dos serviços de assistência social e o sistema de segurança social têm também registrado resultados notáveis.
Na China moderna, mesmo as aldeias mais remotas são agora abrangidas pelo abastecimento de água e eletricidade; interligadas por uma renovada rede de vias públicas e conectadas com o resto do mundo através da internet.
A China é a segunda maior economia do mundo, a maior exportadora e a maior potência de produção de bens.
Apesar das taxas de crescimento do país terem arrefecido nos últimos anos, o país contribui ainda em um terço para o crescimento da economia mundial. Entre 2008 e 2009, em plena crise financeira internacional, o contributo da China ascendeu aos 50%.
Com uma estratégia de desenvolvimento orientada para a inovação, a China é atualmente líder nas áreas de energias alternativas, nanotecnologia, diversos setores da indústria farmacêutica e em tecnologias de pagamento móvel.
Resultado de imagem para chefe do Banco Mundial na China.O aumento do poder de compra da população chinesa tem também funcionado como força motriz no mercado de consumo mundial.
A economia chinesa, como seria expectável, enfrenta também desafios, que incluem a excessiva alavancagem, o excedente de capacidade em vários setores e os bancos-sombra.
No entanto, de um ponto de vista geral e objetivo, apesar do panorama econômico chinês se deparar com problemas mais sérios, os governantes têm sido capazes de tomar decisões e agir oportunamente.
Atualmente, as reformas orientadas para o mercado têm ainda margem de progressão. O ponto nevrálgico prende-se com o aperfeiçoamento dos sistemas econômico e legal.
A Terceira Sessão Plenária do 18º Comitê Central do Partido Comunista da China anunciou, precisamente, um panorama de amplificação e aprofundamento de reformas.
A busca ininterrupta da China na sua jornada reformista tem transmitido, não só ao país mas a toda a comunidade internacional, uma confiança mais firme no futuro da economia chinesa.
É, por isso, expectável que a China, durante a sua participação no Fórum Econômico Mundial, em Davos, dê um contributo sólido para inverter a situação de estagnação econômica mundial.
(O autor é o antigo chefe representativo do Banco Mundial na China.)
Fonte: Diário do Povo Online

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