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segunda-feira, 9 de outubro de 2017

Shenzhen - antecipa o que a China quer ser em 20 anos

Shenzhen é um caso indiscutível de sucesso econômico e serve de inspiração para postulantes à metrópole do século XXI

Milagre chinês: há 40 anos, a área era apenas uma aldeia de pescadores
Em Shenzhen,  a quarta maior cidade da China, com 11 milhões de habitantes, a preocupação com sustentabilidade não demora a ser percebida. Logo ao desembarcar, nota-se que os táxis que atendem o aeroporto têm placas verdes, indicando que são movidos a energia elétrica, e não a gasolina. São cerca de 8.500 espalhados pela cidade. Shenzhen também tem 16.000 ônibus elétricos e uma das maiores frotas de carros particulares elétricos do planeta. Eles contam com vagas especiais, descontos nos impostos e direito a faixas exclusivas.
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A cidade era uma antiga colônia de pescadores até que, em 1979, foi escolhida por Deng Xiaoping — o maestro da virada da China pós Mao Tsé-tung — como a primeira zona especial de desenvolvimento do país. Nas palavras do ex-presidente Hu Jintao, é uma metrópole que simboliza o “milagre econômico chinês”. Hoje, é sede de gigantes de tecnologia como a Huawei, que fabrica de cabos a smartphones, e a Tencent, dona do mais popular aplicativo do país, o WeChat, e também de novatas como a DJI, a maior fabricante de drones do planeta.
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Em alguns bairros, a renda média chega a 50.000 dólares por ano, cinco vezes a média chinesa. A cidade tem 125 empresas de tecnologia listadas em bolsa, com valor de mercado somado na ordem de 400 bilhões de dólares.
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Shenzhen é um dos principais exemplos de cidades planejadas, e inteligentes, que brotam mundo afora. São áreas escolhidas a dedo pelos países para que sirvam como modelo de desenvolvimento nas mais diversas frentes, notadamente em inovação e sustentabilidade. A receita é sempre parecida. Escolha uma região com dificuldades econômicas, faça pesados investimentos em infraestrutura urbana e de telecomunicações, dê incentivos financeiros e tributários para atrair empresas, crie centros de pesquisa e inovação. Se tudo der certo, as cidades conseguirão caminhar com as próprias pernas em alguns anos ou décadas. Se tudo der muito certo, estenderão sua influência por dezenas de quilômetros, criando um polo de desenvolvimento. No melhor dos cenários, o sucesso dessas cidades servirá como laboratório para oxigenar o ambiente de negócios e as políticas de desenvolvimento do país, e ainda se transformar numa peça de propaganda global. “Em Shenzhen, o governo é muito inovador e agressivo na adotação de novas tecnologias. A chave é tomar as decisões e apoiar os investimentos da iniciativa privada”, diz Tom Zhao, diretor da divisão de energia solar da BYD, maior fabricante de carros elétricos do planeta, instalada em Shenzhen.

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Fonte: Revista Exame



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