Jamil Chade - Colunista do UOL
02/07/2020 14h30
Sob testes no Brasil, a vacina contra a Covid-19 pesquisada pela Universidade de Oxford e pela empresa AstraZeneca é hoje a que mais está avançada no que se refere ao seu desenvolvimento. Soumya Swaminathan, cientista da Organização Mundial da Saúde (OMS), revelou que 17 vacinas estão hoje em fase de testes clínicos e acompanhadas pela agência de saúde.
O anúncio foi feito depois de dois dias de reuniões da agência com 1,3 mil cientistas de 93 países. Uma das participantes foi a presidente da Fiocruz, Nísia Trindade Lima. O produto de Oxford entrou em sua terceira fase de testes clínicos, enquanto outras cinco vacinas estão na segunda etapa.
O produto de Oxford entrou em sua terceira fase de testes clínicos, enquanto outras cinco vacinas estão na segunda etapa. Mas um resultado final ainda pode levar meses e a própria OMS evita dar um prazo.
Algumas das pesquisas, por exemplo, deverão levar de doze a 18 meses apenas para examinar os resultados da terceira fase.
No Brasil, o acordo com os britânicos prevê a compra de lotes da vacina e da transferência de tecnologia. 100 milhões de doses seriam adquiridas, caso ela se mostre eficaz.
A fase 3 de desenvolvimento é última fase antes de o produto entrar no mercado. No Brasil, é a Unifesp quem lidera o processo.
Ana Maria Restrepo, da equipe da OMS, afirmou que a agência está "encorajada" pelos avanços. Mas evita antecipar qualquer data de conclusão ou resultado. Segundo ela, existem ainda outras 150 candidatas à vacina sendo pesquisadas, mas ainda não entraram na fase de testes clínicos.
Para Soumya, o centro do debate hoje ocorre no processo para acelerar o desenvolvimento dessas vacinas, sem perder o rigor científico. Segundo ela, desde o começo do ano, o mundo viu uma "explosão de conhecimento e pesquisa", com uma média de 500 a mil publicações por dia sendo submetidas para exame.
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