Fonte: Diário do Povo Online 11.12.2020 16h13
Os principais indicadores financeiros da China mostraram crescimento estável em novembro, exceto pela ligeira desaceleração no financiamento social total, uma indicação de que o estímulo fiscal para enfrentar a desaceleração induzida pela Covid-19 está chegando ao pico e a política monetária pode retornar gradualmente ao normal, disseram os especialistas.
O financiamento social total, uma medida ampla de financiamento para a economia real, alcançou 2,13 trilhões de yuans (325 bilhões de dólares americanos) em novembro, um aumento de 13,6 por cento numa base anual, mas uma queda de 0,1 ponto percentual numa base mensal, a primeira queda mensal até agora neste ano, o Banco Popular da China (BPOC, na sigla em inglês), o banco central, informou num anúncio.
Talvez se torne um ponto de inflexão para a política expansionista de crédito do país, à medida que a recuperação econômica continua e as autoridades monetárias ficam cautelosas sobre o aumento da relação entre a dívida e o PIB, avaliaram os especialistas.
"O crescimento total do financiamento social pode desacelerar nos próximos meses, mas os esforços de política monetária para apoiar a recuperação econômica continuarão até o primeiro semestre do próximo ano, deixando o pico de crescimento do crédito para trás", disse Zhu Jianfang, economista-chefe da CITIC Securities.
Uma vez que os reguladores financeiros estão preocupados com os níveis de alavancagem e estão focados em controlar os riscos financeiros sistêmicos, a política monetária pode retirar as medidas especiais lançadas após o surto da Covid-19, disse Shen Jianguang, economista-chefe da JD Digits.
De acordo com os dados do PBOC, a oferta monetária ampla, ou M2, era de 217,2 trilhões de yuans no final do mês passado, um aumento de 10,7% ao ano. Nesse período, os empréstimos pendentes da China em yuans aumentaram 12,8% ao ano, para 171,49 trilhões de yuans, disse o banco central.
Beijing encerrou sua política de "tempo de guerra", alterando para o modo “esperar pra ver”, disse Lu Ting, economista-chefe na China da corretora japonesa Nomura Securities. "A menos que a China seja atingida por uma segunda onda da Covid- 19, 2021 será um ano de normalização da política."
Lu espera que a retirada dos estímulos políticos seja gradual e moderada, com apenas uma desaceleração modesta no crescimento do crédito, e acredita que as autoridades vão tentar conter o crescimento das taxas de juros e dos custos de financiamento para sustentar a recuperação. Ele acredita que o crescimento total do financiamento social diminuará para cerca de 11,5% até o final do próximo ano.
Os reguladores financeiros estão gradualmente mudando o foco para reformas de políticas e desfazendo medidas de apoio induzidas pela pandemia conforme a economia se recupera de forma constante, afirmou Nicholas Zhu, vice-presidente e diretor de crédito da Moody's Investors Service, uma agência global de classificação de crédito.
“Embora a China continue a estender um apoio significativo às instituições financeiras de importância sistêmica, elas serão seletivas ao apoiar aquelas que não apresentam riscos sistêmicos”, disse Zhu.
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