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sexta-feira, 4 de março de 2022

SHIRAKAWA-GO E GOKAYAMA: ENCANTO PRESERVADO NAS ANTIGAS ALDEIAS JAPONESAS

 


Shirakawa-Go e Gokayama preservam pitorescas aldeias localizadas na fronteira dos Alpes do Japão. Escondidas entre as montanhas de Hida, tanto Shirakawa, como Gokayama, são famosas pelas suas habitações tradicionais, chamadas “gassho-zukuri”, inteiramente construídas em madeira e com o telhado coberto por plantas de arroz – muitas, com mais de 300 anos. Em 1995, as históricas vilas foram declaradas Patrimônio Mundial da Humanidade pela UNESCO.

As encantadoras aldeias estão localizadas a uma hora de Takayama, se alinhando ao Vale do Rio Shogawa nas montanhas remotas que se estendem de Gifu à Prefeitura de Toyama. Toda região é cercada por montanhas e florestas de pinheiros que ganham diferentes contornos em cada estação. Da pesada neve que tinge o cenário de branco, como num mágico “Contos de Fadas” no inverno, aos intensos tons de verdes no verão e alaranjados no Outono (Kōyō), assim como incríveis tapetes floridos de cerejeiras (Hanami) na Primavera.


As históricas aldeias são um convite para conhecer o antigo Japão


Entre as centenárias aldeias, com mais de 400 anos, estão Suganuma e Ainokura, em Gokayama (Toyama) e Ogimachi em Shirakawa-go (Gifu) que, em 1995, foram declaradas Patrimônio Mundial da Humanidade pela UNESCO. As famosas e tradicionais habitações de madeira são construídas no estilo “gassho-zukuri”, que significa “construído como mãos em oração”, pois os telhados de palha íngremes das fazendas se assemelham às mãos de monges budistas juntas em prece.


O estilo arquitetônico típico foi desenvolvido ao longo de séculos e projetado para suportar a grande quantidade de neve que cai na região montanhosa durante o inverno. 


Geralmente, a cada 30 anos, moradores e voluntários se juntam para trocar toda a palha dos grandes telhados gassho-zukuri, que possuem de três a quatro andares. Todo o trabalho leva alguns dias para ser concluído, considerando o tamanho das tradicionais casas, bem maiores que as casas convencionais nipônicas. Isso se deve as numerosas famílias que ocupavam as casas de fazenda no velho Japão.


 Todos os anos, a região recebe milhares de visitantes, não só do Japão, mas também de outros países.


Dentro das grandes casas das aldeias, chamadas Minshuku, os moradores armazenavam utensílios, ferramentas, além de cultivarem bichos da seda, produzirem papel washi (和紙, tipo de papel de seda feito especificamente no Japão a partir das cascas das árvores das amoreiras), entre outras atividades. Segundo a lenda, a técnica da produção do papel washi foi trazida de Kyoto no final do período Heian, quando sobreviventes do clã Taira escapou para essa região depois de sua derrota pelo clã Minamoto.

No entanto, de acordo com Nihon Shoki (Crônicas do Japão), a técnica surgiu há mais de 1.300 anos na China e foi trazida ao Japão por Doncho, um monge de origem coreana no ano de 610. Os japoneses aperfeiçoaram e criaram uma nova técnica, utilizando como matéria-prima principal, o Kouzo, misturado com outro tipo de material, exclusivamente usado pelos japoneses, chamado Ganpi. Esse novo método de produção possibilitou aos japoneses produzirem fibras mais compridas, permitindo um entrelaçamento mais forte.
Consequentemente, o papel japonês, washi, tornou-se mais bonito e resistente podendo ser usado de diferentes formas como: na criação de Origamis, nos pergaminhos usados no “Shodo” (caligrafia japonesa), na elaboração dos “Mizuhiki” (cordões ornamentais), chouchin (lanternas), na confecção das tradicionais telas usadas em portas de correr, “Wagasa” (tradicional sombrinha japonesa), entre tantos.

Em reconhecimento ao milenar trabalho dos artesãos, o tradicional papel japonês “Washi” (和紙) foi declarado pela UNESCO como Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade.

No local, há várias lojas onde se podem observar os artesãos locais na fabricação do tradicional papel, ou, você pode tentar produzir sua própria folha de washi.



O isolamento natural da região permitiu preservar antigos costumes e tradições locais.
Que pode ser conferido nas danças e canções folclóricas regionais, que utilizam uma série de instrumentos tradicionais exclusivos. Como por exemplo, o Sasara, um instrumento feito de mais de cem matracas amarradas juntas, um símbolo da região.

Atualmente, muitas das casas foram transformadas em pousadas, restaurantes, lojas e museus que proporcionam a seus visitantes a oportunidade de experiênciar os costumes de seus ancestrais — Os visitantes recebem orientações sobre tecelagem, cerâmica, preparo do macarrão “soba”, além das memórias e histórias locais. Em algumas casas rurais é possível pernoitar junto às famílias residentes, experimentando a vida na comunidade.


No local, podem-se ainda, visitar santuários e templos, como o Templo Myouzenji, também coberto com o telhado no estilo “gassho-zukuri” e o Santuário Shirakawa, entre tantos. É também nesta área que anualmente acontece o famoso festival “Doburoku matsuri”, Festival do Vinho e do Plantio do Arroz.


Campos de arroz e belíssimos cenários em todas as estações do ano!


Escondidas entre as montanhas de Hida, as aldeias ficam ainda mais encantadoras durante o gélido inverno

A pesada neve típica dos gélidos dias de inverno tinge o cenário de branco, a paisagem transforma-se num mágico “Contos de Fadas” durante a rigorosa estação na região.


As antigas aldeias sobreviveram ao tempo, preservando o encanto da época. Além das belezas naturais que cercam as históricas vilas, campos de arroz se estendem como um belo tapete amarelo-esverdeado, criando um encantador cenário rural, uma bucólica atmosfera que remontam ao velho Japão. Subarashii!!!


Fonte: https://cacadoresdelendas.com.br/japao/shirakawa-go

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