Esta rota de peregrinação aos três grandes santuários xintoístas de Hongu, Nachi e Hayatama descobre uma região exuberante, rica em fontes termais e lendas antigas.
O nome de Kumano implica um legado espiritual de mil anos: a peregrinação pelo coração da península de Kii através de um caminho (kodo) que atravessa uma das cadeias de montanhas mais bem preservadas do Japão. O trecho até o santuário Hongu é o mais clássico e fácil de completar.
OS TRÊS TEMPLOS
Para começar a peregrinação pela Rota Nakahechi, você deve atravessar um rio em Takijiri-oji. É a rota clássica dos quatro que descem pela península de Kii até os três santuários sagrados: Hongu Taisha, Hayatama Taisha e Nachi Taisha. Antes de entrar na floresta de imponentes cedros japoneses, você deve carimbar seu cartão de caminhante e ir à capela (oji) de Takijiri para rezar pelo sucesso da jornada. O ritual é tão breve quanto concreto: tocar o sino para notificar os deuses da presença de alguém, curvar-se duas vezes, bater palmas, fazer uma oração silenciosa e curvar-se novamente. Assim, prepara-se para iniciar a marcha para Hongu Taisha, um percurso de 40 km sem dificuldade que economiza uma queda entre 600 e 1200 m.
SUBA A COLINA, DESÇA A COLINA
O caminho sobe rapidamente por degraus que milhões de passos foram desgastando ao longo dos séculos. Sob o imenso caminho verde é fácil sentir-se oprimido, baixar a voz e concentrar-se na respiração, no batimento cardíaco, nos pensamentos... um lugar longe da civilização. O percurso é agora fácil e seguro, com alojamentos em cada ponta da etapa e a estrada por onde passa o autocarro, a dois passos de distância.
TRADIÇÕES ESSENCIAIS
Lenda, história e espiritualidade fundem-se neste caminho com a mesma generosidade e naturalidade da religiosidade japonesa, num particular sincretismo entre o xintoísmo – que venera as formas da natureza – e o budismo, introduzido no século VI.
O SANTUÁRIO MAIS ANTIGO
A aldeia de Takahara recebe-me com o santuário mais antigo da estrada, com os seus torii e uma árvore magnífica cujas folhas enchem o céu de reflexos esmeralda e ocre. É uma cânfora centenária que protege o templo e os habitantes da aldeia. Uma escada íngreme de pedra leva ao santuário do deus guardião da área de Nonaka. Dez árvores gigantes protegem o local e o abraçam com suas copas frondosas. A poucos metros de distância, as flores da milenar cerejeira Hideheira-zakura piscam em branco e rosa.
ENTRE DOIS MUNDOS
A entrada para o enclave mais sagrado de Kumano Kodo é marcada por um torii que delimita o mundo secular do espiritual. Acima do portão Shinmon pende uma corda trançada de cana de arroz (símbolo do enclave sagrado) e uma cortina com flores de crisântemo (emblema imperial). Do outro lado, os fiéis atravessam a esplanada de pedras rajadas e param em frente a cada um dos três pavilhões para rezar aos quatro deuses que habitam Hongu.
O TEMPLO DA CACHOEIRA
Dois cedros de 800 anos chamados "os maridos" flanqueiam o Caminho de Degraus Daimon-zaka, 267 degraus subindo para o Santuário Nachi. A primeira referência escrita data de 1299, mas a sua veneração é muito mais antiga. O templo original ficava ao pé de uma cachoeira de 133 m, considerada uma forma de conexão com o mundo espiritual.
Fonte: viajes.nationalgeographic.com.es
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