A construção de grandes obras de infraestrutura está diretamente ligada à tradição cultural da China Imperial. Naquela conjuntura, a construção dos Grandes Canais de Irrigação possibilitou assegurar a dimensão e unificação do território chinês, conectando os excedentes produtivos de arroz das terras irrigáveis ao sul do país, com o Norte mais seco e que apresentava problemas de segurança alimentar.
No contexto atual, o país possui 121.000 quilômetros de ferrovias, constituindo 60% do total global. Os chineses têm o objetivo de estender a sua rede de ferrovias de alta velocidade para um total de 30.000 quilômetros, incluindo os países situados em seu espaço regional imediato. A construção de ferrovias de alta velocidade parece ser o foco inicial da Nova Rota da Seda (“Belt and Road Initiative”). A partir da Província de Xinjiang está sendo construída uma imensa rede de ferrovias conectando o país ao Afeganistão, Paquistão, Quirquistão, Tadjiquistão, Irã e partindo rumo à Europa.
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A estratégia chinesa aposta na construção de ferrovias de alta velocidade rumo ao oeste do seu território, no sentido de que isto promova o desenvolvimento desses locais, barrando inclusive as demandas separatistas de regiões como Yunnan e Xinjiang.
Por fim, apesar das críticas, a China avança com suas grandes obras de infraestrutura. Um recente estudo do Banco Mundial retrata uma série de pesquisas teóricas e empíricas demonstrando em seus resultados uma correlação positiva entre o investimento em infraestrutura, o aumento da renda, a elevação da demanda agregada e a redução da desigualdade social, sendo que os autores apontam que estes fatores se intensificam no caso de países emergentes. No momento, a China possui duas grandes linhas ferroviárias bidirecionais de orientação norte-sul e leste-oeste, que, por sua vez, vão se capilarizando em diversas rotas menores espalhadas pelo território nacional.
Fonte: jornal.ceiri.com.br
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