Hoje, o Templo do Céu é, junto com a Cidade Proibida, o grande cartão-postal de Beijing. A imagem da estrutura circular em madeira, com três lances de telhados azulados e uma bola no topo, rodou o mundo. O que é irônico, já que durante séculos esses templos taoistas eram locais exclusivos – apenas a corte real era permitida ali. Nenhum cidadão chinês comum testemunhava a cerimônia realizada duas vezes por ano, quando o Imperador, usando roupas típicas e em jejum, entrava no Templo para pedir por uma boa colheita (na primavera) e depois agradecer por ela (no outono).
Além de religião e beleza, não falta história ao Templo do Céu. A construção é de 1420, durante o governo do Imperador Yongle, da Dinastia Ming, o mesmo que organizou a construção da Cidade Proibida.
O Templo do Céu é bem maior que a casa dos imperadores chineses, talvez representando que a moradia dos homens, mesmo imperadores, nunca pode ser maior que a dos deuses. São 273 hectares, área que é em sua maior parte ocupada por um parque onde os moradores de Beijing caminham, passam o tempo e fazem atividades esportivas. Todo o complexo do Parque Tiantan Gongyuan foi declarado Patrimônio Mundial da Humanidade pela Unesco, em 1988.
Visita ao Templo do Céu: entendendo a estrutura
As construções religiosas – os templos propriamente ditos – são três: a Sala de Oração pelas Boas Colheitas, o Altar Circular e a Abóbada Imperial Celestial. A primeira é a mais importante, mais visitada e maior do complexo, com 38 metros de altura e toda de madeira, sustentada por 28 colunas. A estrutura foi erguida acima de três níveis, todos em mármore.
A Sala de Oração é circular, o que representa o Céu, mas está num terreno quadrado, que representa a Terra – esse padrão se repete em outras partes do Templo. Prédios adjacentes e que também podem ser visitados – um deles foi transformado em Museu e conta a história do Templo – fecham o círculo.
Já o Altar Circular está ligado à Sala de Oração para Boas Colheitas por um caminho de 400 metros. É um altar ao ar livre, onde os imperadores iam orar. A lógica é a mesma: uma estrutura circular, de mármore e três lances de degraus, dentro de uma área quadrada.
Por fim, a Abóbada Imperial Celestial é onde o Imperador homenageava seus antepassados – os nomes dos antigos governantes eram inscritos ali. O prédio principal tem 19 metros e um teto em forma de cone, de cor azul-escura.
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