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quarta-feira, 15 de junho de 2022

Origem e princípios da Cerimônia do Chá no Japão

 

Cerimonia do Chá em Kyoto / Obra do artista Yoshu Chikanobu, datada da Era Meiji 

A Cerimônia do Chá não é apenas saborear o chá. Os mestres dizem que a cerimônia leva ao estado de tranquilidade é o praticante experimenta momentos de paz.

Com a proposta de alcançar “a paz numa xícara de chá”, os mestres se dedicam à difusão da filosofia do chá no Ocidente. O ritual, a concentração, o desenvolvimento rítmico da Cerimônia do Chá levam a meditação, a tranquilidade e a paz superior, ensinam os mestres.


Os princípios

Segundo Rikyu, os princípios básicos do Caminho do chá são: Harmonia (Wa), Respeito (Kei), Pureza (Sei) e Tranquilidade (Jaku).  Cabe ao Chajin (homem do chá), criar um ambiente, através do rígido ritual e total participação, onde esses princípios sejam sentidos e vividos intensamente por todos, por um momento único.

Segundo Rikyu, o ponto essencial do Caminho do Chá é que seus princípios são dirigidos à totalidade da existência e não somente aos momentos vividos em uma sala de chá. É uma disciplina a ser treinada durante toda uma vida. São necessários pelo menos 10 anos para o domínio de todas as nuanças relativas à cerimônia.

Equilíbrio é fundamental na Cerimônia do Chá

Cerimônia segue intacta até os dias atuais

O desenvolvimento da arquitetura, jardinagem paisagística, cerâmica e artes florais para a Cerimônia do Chá se mantêm até os dias atuais, bem como a apreciação do cômodo onde é realizada, o jardim a ele contíguo, os utensílios utilizados no servir o chá, a decoração do ambiente como um rolo suspenso ou um “chabana”(arrojo floral para a cerimônia do chá).

Cerimônia do Chá nos dias atuais 

A Cerimônia

A cerimônia do chá tradicional consiste em 4 sessões e dura cerca de quatro horas.

Veja abaixo quais são as 4 sessões:
Geisha realizando a Cerimonia do Chá na antiga casa de chá Ippodo, em Kyoto – foto data da Era Meiji 


Primeira sessão
Uma refeição ligeira, denominada “kaiseki”, é servida: os convidados, cinco ao todo, reúnem-se na sala de espera. O anfitrião comparece e os conduz pelo caminho ajardinado até a sala de chá. Num determinado lugar do caminho há uma bacia de pedra cheia de água fresca. Ali elas lavam as mãos e a boca. A entrada para a sala é muito pequena, o que obriga os convidados a rastejar para atravessá-la numa demonstração de humildade.

Ao entrar na sala, que é provida de fogareiro fixo ou portátil para a chaleira, cada convidado ajoelha-se à frente do “tokonoma” ou nicho e faz uma reverência respeitosa. Em seguida, com o leque dobrável diante de si, ele admira o rolo suspenso na parede do “tokonoma”. Quando todos os convidados concluírem a contemplação dos objetos, eles tomam seus assentos, com o principal no lugar mais próximo do anfitrião. Depois que o anfitrião e os convidados trocarem cumprimentos, a “kaiseki” é servida, com os doces terminando a leve refeição.

Segunda sessão
Este é o momento em que os convidados fazem o “nakadachi” (breve pausa). Por sugestão do anfitrião, os convidados retiram-se para o banco de espera existente no jardim interno próximo à sala.

Cerimônia do Chá fotografada por Kusakabe Kimbei, famoso fotógrafo que viveu na Era Meiji de 1841 a 1934 

Terceira sessão
Denominado “Goza-iri”, é a etapa principal da cerimônia, na qual é servido o chá. Primeiro um gongo de metal próximo à sala é tocado pelo anfitrião para assinalar o início da cerimônia principal. É costume fazer soar o gongo cinco ou sete vezes. Os convidados erguem-se neste momento.

Depois de repetir o Rito de purificação na bacia, eles entram novamente na sala. Os biombos de junco suspensos do lado de fora das janelas são retirados por um assistente a fim de tornar mais claro o ambiente. O rolo suspenso desaparece e, no “tokonoma”, há um vaso com flores.

Tokonoma em residências modernas

O anfitrião ergue a cocha de chá e o recipiente e põe “matcha” (três conchas para cada convidado) na tigela e tira uma concha cheia de água quente da chaleira, pondo cerca de um terço dela na tigela e devolvendo o que sobrou à chaleira.

O anfitrião coloca a tigela no seu lugar apropriado, junto ao fogareiro, e o convidado principal desloca-se de joelhos, para pegar a tigela.

O convidado faz uma reverência com a cabeça, para os outros convidado e põem a tigela na palma de sua mão esquerda, sustentando um dos lados dela com a direita. Depois de tomar um gole, ele elogia o sabor da bebida e, em seguida, toma mais dois goles. 

A tigela de chá é passada para todos os convidados, quando o último convidado termina, ele entrega a tigela ao convidado principal que a devolve ao anfitrião.


Quarta sessão
Depois que o anfitrião retira os utensílios da sala, ele faz uma reverência silenciosa com a cabeça para os convidados, dando a entender que a cerimônia terminou. Os convidados deixam a “sukiya”, despedindo-se respeitosamente do anfitrião.

Fonte: mundo-nipo.com/cultura-japonesa/artes/25/08/2015/origem-e-principios-da-cerimonia-do-cha-no-japao/

www.chinatur.com.br

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