Pesquisar este blog

sexta-feira, 30 de setembro de 2022

Repleta de natureza e história, a província que viu o nascer do Japão que conhecemos hoje

 Quando se fala da história da Terra do Sol Nascente, Kyoto é a primeira grande referência. Não tinha como ser diferente já que a cidade foi capital do país por mais de mil anos. 

Kyoto

Mas nada do que admiramos em Kyoto existiria da forma que existe se não houvesse Nara.
Nara

Distante cerca de uma hora da antiga capital milenar e da Osaka....

....dos mercadores, Nara foi o primeiro lugar onde o budismo formou raízes. E elas foram tão profundas que estão lá até os dias de hoje. Não é à toa que a província tem duas regiões tombadas pela UNESCO como Patrimônio da Humanidade, na capital Nara e nas montanhas de Yoshino. 


A primeira capital permanente do Japão


O período foi curto, apenas 74 anos, a começar de 710. Mas a cidade de Nara, capital da província, é tida como a primeira capital “permanente” do Japão. Em outras palavras, Heijo — como a cidade era chamada — foi escolhida e se desenvolveu com a intenção de encerrar um ciclo histórico em que cada imperador que subia ao trono escolhia uma localidade para ser a capital do país.

Era a época que o budismo começava a se firmar no Japão, trazido da China por estudiosos de ambos os países. Nara se tornou um dos mais importantes polos da nova religião na Terra do Sol Nascente. 


Nara – Todaiji


Construído no ano de 752, o Todaiji foi mais do que um templo. Em sua época de ouro, ele era considerado o equivalente a uma faculdade. Aspirantes vinham de todos os lugares do país para estudar no Todaiji. 

Com pouco mais de 25 metros de altura, o Nandaimon — algo como “grande portal sul” — é a entrada na área do templo a partir do Parque Nara. A construção de madeira foi inaugurada em 1203.



Dois guardiães de madeira também fazem parte da obra. As estátuas representam os Nio, divindades guerreiras. Toda a construção é tombada como Tesouro Nacional do Japão.

O Daibutsuden, o prédio principal, é a maior construção de madeira do mundo. O espaço abriga uma das maiores estátuas de bronze de buda do Japão — o “Daibutsu” do nome quer dizer “Grande Buda”. A imagem de 15 metros de altura representa Vairocana, que fica no centro na mandala dos Cinco Budas da Meditação. A posição das mãos da estátua significa “não tenha medo”.


A casa dos cervos

Símbolos de Nara, os cervos selvagens que circulam pela cidade também são considerados Tesouro Nacional. Atualmente, cerca de 1200 animais vivem no Parque Nara e arredores. A localidade é considerada a casa dos cervos por mais de 1300 anos. Adorados como mensageiros dos deuses, os ruminantes são protegidos por lei há séculos. Até 1637, era crime passível de pena capital matar um deles.

Mas os veados não são a única atração do Parque Nara. Na primavera, parte da área fica coberta de cerejeiras rosadas. Além disso, o amplo espaço é excelente para fazer fotografias e brincar com crianças.

Quem tem interesse por arte sacra também não pode deixar de visitar o Museu Nacional, que também está localizado no parque. O espaço tem uma das mais belas e ricas coleções permanentes de arte budista do Japão. Vale a visita.


Na seara dos deuses da Terra

Junto com o budismo, o xintoísmo forma a dupla de religiões mais praticadas pelos japoneses. Na realidade, uma não exclui a outra. Desde a chegada dos ensinamentos de Buda no século VII que as duas religiões estão lado a lado no escopo da fé dos japoneses.

O Kasuga Taisha é o principal santuário de Nara e fica a poucos minutos de caminhada do Museu Nacional e do Todaiji. Ele também foi construído no século VIII como instrumento de proteção para a capital que estava se formando. O Kasuga era, também, o santuário protetor do clã Fujiwara, o mais poderoso do Japão na época.


Flores na montanha

Localizado a cerca de 1 hora e 40 da capital, Yoshino é uma das localidades mais mágicas da província de Nara. A localidade é conhecida como um dos mais interessantes destinos de primavera do Japão. Isso porque o Monte Yoshino é coberto por cerejeiras — fala-se de 30 mil pés — que explodem em cor-de-rosa no início de abril.


Yoshino é uma montanha sagrada para os praticantes do budismo Shugendo, uma escola esotérica que se originou no Japão como uma mistura de crenças budistas, xintoístas, taoístas e animistas de outras origens. Parte do sítio tombado pela UNESCO como Patrimônio Histórico da Humanidade, o templo foi fundado na segunda metade do século VII.


Fonte: jpguide.co/nara-patrimonios-da-humanidade/Fotos: retiradas da Internet para melhor ilustrar.

Nenhum comentário:

Postar um comentário