Na China, mais especificamente na província de Hubei, a cerca de 80 km da usina 3 Gargantas, encontra-se a ponte Siduhe. Ela faz parte da ligação de 483 km entre Xangai e as cidades de Chongqing e Chengdu.
Atualmente, é considerada a ponte mais alta do mundo, visto que se localiza a mais de 490 metros acima das águas do rio Du Si, sobre o qual se projeta.
Um dos aspectos mais impressionantes é que a ponte foi construída em uma região montanhosa e, consequentemente, de difícil acesso. Devido à complexa condição de execução que isso propiciou e aos efeitos climáticos acentuados pela altura elevada, a obra exigiu o alinhamento entre técnicas avançadas de Engenharia estrutural e criatividade nos processos executivos.
Realizar um Projeto desse porte, principalmente na altura em questão, não é tarefa simples. O dimensionamento precisou lidar com os esforços inerentes a qualquer estrutura, como o peso próprio e a passagem de veículos e pessoas, e ainda teve que garantir a estabilidade diante de condições extremamente adversas, como os fortes ventos na região.
Com isso, a concepção da ponte Siduhe envolveu uma criteriosa análise do método mais adequado para sustentação do seu vão, que possui de cerca de 900 metros. Elementos localizados abaixo da ponte não poderiam ser envolvidos, visto que seria inviável a inserção de pilares com mais de 500 metros de altura. Assim, decidiu-se pela confecção de uma ponte pênsil, que no caso é sustentada por cabos de aço fixados em estruturas auxiliares.
Foram então construídas nos apoios da ponte duas torres em concreto armado com formato semelhante a uma letra H. As duas foram conectadas por grossos cabos de aço, dos quais partem feixes de cabos mais finos. Esses por sua vez, são presos à parte inferior da ponte, confeccionada em concreto. Assim, é como se ela permanecesse suspensa graças ao vínculo estabelecido com as torres.
Podemos perceber que a genialidade por trás da construção reside na forma como ela foi pensada. Os dois materiais principais de sua constituição, concreto e aço, são extremamente comuns na Engenharia Civil, porém, sua utilização neste caso foi calculada e combinada para atender condições extremas de operação. Isso demonstra como os problemas podem aumentar e as soluções continuarem a ser simples, dependendo apenas do correto raciocínio.
Outro ponto interessante diz respeito a um detalhe do processo de execução realizado. Era preciso transpor os cabos da ponte de um lado a outro do vão, o que foi necessário graças à utilização do formato pênsil. Isso era um grande entrave na obra, visto que o local apresentava grandes irregularidades e dificuldades de acesso, impossibilitando a utilização, por exemplo, de aviões e helicópteros.
O lançamento dos cabos |
A solução encontrada não foi nada trivial: As pontas dos cabos foram amarradas em foguetes e lançadas de um lado para o outro. O processo parece um tanto quanto caótico, devido à dificuldade de controle e de previsão dos resultados, porém, funcionou perfeitamente. Os cabos transpuseram o vão e foram devidamente fixados para conferir a sustentação necessária.
A construção da ponte Siduhe mostrou que a resolução de problemas de Engenharia Civil envolve muito mais do que simples valores tabelados, fatores de segurança ou técnicas normatizadas. Ela requer o raciocínio lógico direcionado para quaisquer recursos ou técnicas disponíveis, de forma que muitas soluções, apesar de brilhantes, serão extremamente simples.
O resultado obtido, após mais de 4 anos de construção, mostrou ainda a capacidade humana de integrar seu trabalho à natureza de forma magistral. A ponte encontra-se firme em um ambiente relativamente hostil e desde a sua inauguração, em 2009, tem tido um excelente desempenho ao servir como via de acesso para milhares de pessoas. Todos esses fatores fazem dela, tanto do ponto de vista conceitual quanto prático, uma Grande Obra de Engenharia.
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Fonte: Internet
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