Uma cidade enorme. Muito espalhada. Avenidas largas. Prédios altíssimos e modernos. Muito trânsito. Muito verde. Muitos lagos. É uma cidade importante, apesar de ser pouco explorada pelo turismo ocidental. Ao redor dos séculos I e II foi capital de pequenos reinos regionais. Mais tarde, de 1368 a 1644, foi a capital da Dinastia Ming. Também foi capital do Reino Celestial de Taiping no século XIX e da primeira República da China sob as ordens de Sun Yat-sen, um político poderoso. Tem uma história vasta e um legado fantástico. Seu nome pode ser traduzido como “capital do sul” ao passo que Beijing é a “capital do norte”.
Como qualquer cidade da China, Nanjing tem muita gente. Nada mais nada menos do que 10 milhões de habitantes. Então, é preciso estar preparado para grandes multidões nas ruas, nos parques, nos museu. Transitar de trasporte público é muito bom. O preço do ônibus é de 1 yuan. E, do metrô não fica atrás: 2, 3 ou no máximo 4 yuan dependendo da distância percorrida. Super barato e cobre boa parte da cidade. No metrô é fácil comprar os bilhetes e as rotas são sinalizadas em inglês.
E, por falar em comunicação, ninguém fala uma palavra além de mandarim. Mas, os chineses são simpáticos e fazem de tudo para agradar.
Nanjing fica às margens do rio Yang-tsé-kiang e próxima a Montanha Púrpura. A cidade é linda. Tem cenários bucólicos.Parques belíssimos. Ruas repletas de plátanos e alamedas pontilhadas de cerejeiras que florescem no mês de março. Por sorte, fui brindada pela mãe natureza e presenciei o período de floração. Magnífico! Mais bonito impossível. As cerejeiras são uma celebração à vida. Elas renascem sempre na mesma época, depois do inverno, no mês de março e duram pouco, apenas uma semana. Por isso, simbolizam a renovação e a beleza efêmera. Quando caem formam um tapete de pétalas, totalmente poético.
Para completar, Nanjing é cercada por uma grande muralha. Grande mesmo. Quando se pensa em uma cidade murada logo vem à cabeça um pequeno povoado medieval morando numa área protegida. Na China, tudo é grandioso. Os muros têm simplesmente 33 quilômetros de extensão e grande parte (ao redor de 75%) se mantém preservada cobrindo uma vasta área impossível de ser explorada a pé.
MONTANHA PÚRPURA
Um bom lugar para se começar a exploração da antiga capital chinesa é a Montanha Púrpura. Dizem que esse nome foi dado em função do colorido das pedras. Ao chegar na montanha dá para ir andando pelos caminhos sombreados do bosque ou tomar um trenzinho que leva às principais atrações: o Mausoléu de Sun Yat-sen, o complexo do Templo Linguu, o túmulo do primeiro imperador Ming e o jardim Sakura com belíssimas alamedas de cerejeiras.
Sun Yat-sen comandou a primeira República da China. Foi um líder revolucionário e morreu em 1925. Seu mausoléu fica no alto de uma escadaria gigantesca de 392 degraus. É curioso porque têm telhas azuis em vez das tradicionais telhas amarelas dos imperadores. As cores azul e branca representam o Partido Nacionalista. Para a construção do mausoléu, ele fez um concurso para escolher o projeto do túmulo. O vencedor foi o arquiteto Y. C. Lu. O sarcófago fica embutido no piso. É de uma imponência imperial.
Mausoléu de Sun Yat-sen, na Montanha Púrpura.
Relativamente perto do mausoléu, fica o túmulo do primeiro imperador Ming, Xiao Ling. Sua construção data de 1405 e apesar de ter sido parcialmente destruído na Rebelião de Taiping no século XIX, boa parte ainda se mantém preservada. Muito interessante é a avenida que conduz ao túmulo, chamada de avenida sagrada, com enormes estátuas de pedras, de pares de animais. Essa avenida é acompanhada por um parque espetacular repleto de cerejeiras, o Sakura Park.
Sakura Garden com as cerejeiras em flor.
Outra área importante da Montanha Púrpura é a área cênica de Linguu onde fica o Templo de Linguu e o Pagode de Linguu. O pagode é impressionante com seus 8 andares.
Na montanha tem um teleférico que conduz até o cume para quem quer ver a cidade do alto.
TEMPLO DE CONFÚCIO
O confucionismo é uma das três linhas filosóficas chinesas. As outras duas são o budismo e o taoísmo. Confúcio foi um pensador e professor que falava muito sobre a importância da família e sobre a obrigação dos governantes de fazerem um trabalho baseado no bem e na honradez. Ele viveu de 551 a 479 a. C. Na época não foi muito valorizado. Depois de sua morte, seus discípulos divulgaram seus ensinamentos. Na China Imperial seus postulados se tornaram a filosofia da elite. Mais tarde, no período comunista foi considerado um pensamento reacionário vinculado à antiga aristocracia dominante. O Templo de Confúcio, em Nanjing, remonta ao século XI. É um templo relativamente simples. Ao redor dali, as ruas têm casas com beirais de pontas levantadas. A área é bastante turística. Tem muitas lojas que vendem produtos chineses e restaurantes com comida local. Fica às margens de um canal onde se pode tomar um barco para ir até a Porta Zhonghua, uma das quatro entradas da muralha.
Templo de Confúcio.
Arredores do Templo de Confúcio.
Muitos turistas chineses circulam em torno do Templo de Confúcio. Ocidentais são raridade.
JIMING TEMPLE
Esse templo foi construído inicialmente em 557 na Dinastia Liang, mas foi destruído muitas vezes. Sua última reconstituição foi em 1387 durante a Dinastia Ming. É considerado o templo budista mais antigo de Nanjing. Fica bem perto do Lago Xuanwu, na parte mais central da cidade. A Alameda à sua frente é repleta de cerejeiras. Durante o período de floração, em marco, o astral do templo é mágico.
Jiming Temple entre as cerejeiras em flor.
Entrada principal do Jiming Temple.
Os budistas em prece queimam incenso para ajudar nas orações.
LAGO XUANWU
Ao norte do Jiming Temple, mas numa distância que pode ser percorrida a pé fica o Lago Xuanwu cercado por uma parte da muralha Ming. O parque é enorme. Tem ao redor de 2,5 quilômetros de extensão. Dentro do lago há cinco pequenas ilhotas conectadas por pontes. Sugestão: que a entrada seja feita pela Porta Xuanwu com seus três grandes arcos que acompanham o muro.
Flores não faltam nos jardins chineses. Podem ser tulipas...
... ou cerejeiras.
PALÁCIO PRESIDENCIAL
Esse palácio tem uma longa história. Fez parte das Dinastias Ming e Qing, além de ter abrigado o Gabinete do Presidente da República da China. Agora é um museu. Considerado o maior museu de História Moderna da China. Mas, o que mais me encantou foram suas áreas externas com jardins espetaculares. Segundo a filosofia taoísta a contemplação da natureza em meditação leva à iluminação. Com esse objetivo, os jardins chineses têm a tradição de combinar paisagem com serenidade. Assim, costumam mesclar quatro elementos básicos: pedras, água, plantas e construções. E, o resultado é espetacular.
Nos jardins do Palácio Presidencial, pedras...
... água,...
... flores, e ...
... belas construções.
RELATO DA TURISTA:
A China sempre me fascina. Essa foi minha quinta vez nesse país gigantesco, que congrega mais de 20% da população mundial, faz fronteira com 14 países, tem uma cultura absolutamente peculiar, paisagens extremamente variadas, uma língua difícil de se entender e uma história riquíssima. Faz pouco tempo que suas fronteiras foram abertas aos estrangeiros. Sorte que hoje podemos entrar sem medo na China e desfrutar de uma cultura que ainda guarda tantos mistérios aos olhos ocidentais.
Nanjing, ou Nanquim, a “capital do sul” me encantou. Não esperava encontrar uma cidade tão grande e tão pouco explorada pelo turismo. Fiquei uma semana na cidade. Nesse período encontrei menos de meia dúzia de ocidentais pelas ruas. No metrô e nos parques eu era atração. Os chineses, mesmo sem conseguir se comunicar muito bem em outra língua, que não o mandarim ou dialetos locais, se mostraram muito solícitos para ajudar. Inclusive, saíam da sua rota para me levar até onde eu pretendia chegar. Trago boas lembranças. Especialmente, por ter visitado a cidade exatamente na semana de floração das cerejeiras. Fui brindada pelo acaso. Se é que existe acaso. Volto à China quantas vezes a vida me levar. Sempre feliz!
Nanjing, ou Nanquim, a “capital do sul” me encantou. Não esperava encontrar uma cidade tão grande e tão pouco explorada pelo turismo. Fiquei uma semana na cidade. Nesse período encontrei menos de meia dúzia de ocidentais pelas ruas. No metrô e nos parques eu era atração. Os chineses, mesmo sem conseguir se comunicar muito bem em outra língua, que não o mandarim ou dialetos locais, se mostraram muito solícitos para ajudar. Inclusive, saíam da sua rota para me levar até onde eu pretendia chegar. Trago boas lembranças. Especialmente, por ter visitado a cidade exatamente na semana de floração das cerejeiras. Fui brindada pelo acaso. Se é que existe acaso. Volto à China quantas vezes a vida me levar. Sempre feliz!
Fonte: Internet
ROTEIRO SUGERIDO PELA CHINATUR
Beijing (3n) – Xian (2n) – Nanjing (2n) – Hangzhou (2n) – Suzhou (1n) – Shanghai (2n)
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