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quinta-feira, 22 de agosto de 2019

A concubina que governou 1/3 do mundo: a história de Cixi, Imperatriz da China

Por Rafael Sette Câmara Postado em 23-05-2018 | Atualizado em 03-07-2018

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Cixi
Ela só podia conversar com homens por trás de um biombo de seda e não tinha permissão para andar em certas partes da Cidade Proibida. Mesmo assim, a Imperatriz Cixi governou a China por quase cinco décadas, controlando a vida de pelo menos 400 milhões de pessoas – no final da dinastia Qing, entre os séculos XIX e começo do XX, Cixi era a governante de um em cada três seres humanos no planeta.
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Imperador Tongzhi

Enquanto a Rainha Vitória, que foi contemporânea de Cixi, era uma monarca constitucional e não chefiava o governo de fato, Cixi exercia o poder de forma oposta: na teoria ela não mandava em ninguém, mas sim seu filho, o Imperador Tongzhi. 

Na prática, porém, quem dava as cartas era Cixi, que criou uma biografia polêmica. 

Ela foi responsável por modernizar a China e abrir o oriente para o ocidente, aboliu castigos medievais e práticas cruéis, inseriu a mulher na sociedade chinesa.

Cixi, de concubina a Imperatriz

Por conta da forma eurocêntrica de ver o mundo, Cixi é pouco conhecida no Ocidente. Mas basta uma passagem pela Cidade Proibida, em Pequim, para perceber que a Imperatriz é uma figura histórica tão importante para o país como Mao Tsé-Tung, cujo corpo descansa num gigantesco mausoléu na Praça da Paz Celestial, do outro lado da avenida.
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Nas explicações dadas pelo audio guide da Cidade Proibida, Cixi é uma das personagens mais citadas. Nascida numa família importante e com acesso à educação, que em geral era apenas para homens, ela entrou para a corte aos 16 anos, quando foi escolhida como uma das muitas concubinas do Imperador Xianfeng. Mas ela não era uma de suas favoritas – na realidade, Cixi conquistou certa antipatia do monarca ao dar conselhos sobre questões políticas, algo que era inadmissível para mulheres.
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Imperatriz Xiaozhenxian
Amiga da Imperatriz Xiaozhenxian, Cixi foi, aos poucos, galgando posições na escala das concubinas. O passo definitivo veio quando nasceu Tongzhi, filho de Cixi com o Imperador e único descendente masculino deste. Xianfeng morreu quatro anos mais tarde, deixando Tongzhi como herdeiro do trono chinês.

Oito regentes, todos homens, foram apontados para governar o país até que o monarca crescesse, mas Cixi e a Imperatriz Xiaozhenxian viram nesse momento uma oportunidade. Elas derrubaram os regentes. Depois, ambas acharam um precedente, do século XVII, que permitiu que Cixi também fosse declarada Imperatriz, o que deixou a China com duas governantas. Usando o sinete imperial, elas passaram a governar o país em nome do Imperador-criança. O governo dividido das duas Imperatrizes só chegou ao fim vinte anos depois, quando Xiaozhenxian morreu.
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Sobrinho, Guangxu
Cixi ficou no trono por mais 30 anos, até sua morte, em 1908. Seu poder permaneceu o mesmo com a maioridade de Tongzhi, que em seu curto reinado não se interessou por assuntos políticos e preferia farrear – o Imperador morreu jovem, aos 19 anos. Cixi adotou então um sobrinho, Guangxu, que foi declarado Imperador. 
Assim começou um novo período regencial, novamente com a Imperatriz no centro do governo de um Imperador-criança. Quando Guangxu atingiu a maioridade, ele até tentou governar de fato, mas esbarrou em Cixi, que continuou dando as cartas.
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Cixi


Em outros campos, as décadas de Cixi foram de avanços. Ela criou as primeiras ferrovias do país, incentivou o desenvolvimento da indústria chinesa, ordenou a instalação do primeiro telégrafo, modernizou o exército e melhorou as relações e o balanço comercial da China. Ao trazer estrangeiros para dentro do governo, ela abriu a China para o ocidente. Ela também patrocinou e estimulou as artes, incentivou a educação de mulheres e era uma entusiasta das novas tecnologias, como a fotografia.


Cixi morreu em 15 de novembro de 1908.
Fonte: 360meridianos

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